Lagoa da Pampulha
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Lagoa da Pampulha: Esgoto ameaça biodiversidade na região

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Especialistas alertam que o despejo de esgoto da Lagoa da Pampulha ameaça a biodiversidade da área da barragem. A maioria dos peixes que vivem no lençol freático não são peixes locais, foram introduzidos após a construção da barragem e estavam desequilibrados.

A péssima condição da água também é um alerta para a sobrevivência de outras espécies que vivem na região.

Todos os dias, cerca de 5 toneladas de lixo são retiradas da Lagoa da Pampulha. A represa foi construída para ajudar no controle das cheias da Capital, no abastecimento de água e para o lazer da população.

O aposentado José Máximo de Oliveira relembra os passeios na lagoa, durante a infância. “Eu vi construindo o Mineirão vindo aqui com meu pai pescar. Aqui tinha (peixe) pirambeba, piau, traíra… Lambari tinha demais. Trouxeram uns ‘trairão’ do Amazonas e soltaram aqui, mas não resistiu. A água foi piorando, piorando, morreu tudo”, conta o aposentado.

O grupo recomenda que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), e os institutos municipal e estadual de proteção ao patrimônio cultural cumpram com o compromisso de retirar os sedimentos acumulados por anos no reservatório. O município também tem que apresentar um plano de despoluição da lagoa.

Os peixes mortos têm sido indicadores da contaminação da água. Atualmente, são encontradas somente as espécies mais resistentes de peixes na lagoa, como é o caso da tilápia.

O pesquisador do Projeto Manuelzão, Carlos Bernardo Mascarenhas, explica que a condição da água vem causando, entre as espécies de peixes, um desequilíbrio que pode se tornar permanente.

Sem a retirada do esgoto, que é lançado na represa, nenhuma ação surtirá efeito, de acordo com especialistas que estudam a lagoa. O doutor em Ecologia, Luis Alberto Isla, destaca que a recuperação do ambiente é importante para a sobrevivência das diferentes espécies que vivem na região da represa.

O que diz a prefeitura

Segundo a Prefeitura, a natureza resiste às condições adversas, e foram mapeadas mais de duzentas espécies de animais na lagoa da Pampulha. Entre as espécies estão 17 tipos de anfíbios, 8 de mamíferos, com destaque para as capivaras, 160 tipos de aves e 13 de répteis, entre elas, uma família de 17 jacarés.

A PBH afirma ainda que é proibido praticar esportes náuticos, ou atividades recreativas de qualquer natureza sem autorização na Lagoa da Pampulha.

O Conjunto Moderno da Pampulha, composto pela Lagoa da Pampulha, peças artísticas e edifícios no entorno do espelho d’água artificial, é um cartão postal de BH, e recebeu da Unesco o título de Patrimônio Mundial da Humanidade em 2016.

Via: G1